CIENTISTAS DEIXAM FLORESTA SEM ÁGUA PARA ESTUDAR EFEITOS DA SECA

Os cientistas alertam: os longos períodos de seca na Amazônia estão aumentando e a mudança climática pode ter efeitos devastadores sobre essa região. O professor Antônio Lola, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e sua equipe, investigam o que acontece quando chove menos na floresta.
Uma parte da mata foi artificialmente ressecada num projeto que é desenvolvido pelos pesquisadores da reserva de Caxiuanã, no Pará. Eles montaram uma cobertura de 10 mil metros quadrados para desviar a água que iria para o solo. A seca na Amazônia está relacionada à mudança no efeito estufa, um fenômeno natural, a maneira de a terra manter sua temperatura média constante.
No efeito estufa, raios solares chegam à terra e refletem na superfície. Parte do calor é retido pelos gases da atmosfera. Outra parte escapa de volta para o espaço. É um mecanismo que impede que o planeta esfrie demais.
O problema é que a poluição dos carros, das indústrias e das queimadas pelo mundo joga mais gases do efeito estufa na atmosfera. Com isso, o calor que antes ia para o espaço é retido pela atmosfera, esquentando o planeta.
A consequência dessa mudança é o aumento de ocorrências atípicas do clima, como o El Niño, que esquenta o Oceano Pacífico e diminui a chuva na Amazônia e o La Niña, que esfria as águas do Pacífico e aumenta a chuva na região.
Extremos – O meteorologista da Universidade Federal do Pará, Everaldo Souza, diz que a Amazônia não está preparada para os extremos que têm sido registrados de uns dez anos para cá.
“Você tem seis meses de muita chuva e você tem cinco meses de nenhuma chuva. Não tem como guardar essa água. A floresta precisa de um certo período de transição, uma certa sazonalidade”.
Com a pesquisa do meteorologista Antônio Lola, pesquisador da UFPA, pode-se ver na hora o que acontece com a floresta ressecada: “Houve grande mortalidade de árvores, principalmente árvores grandes. Isso é uma alteração muito grande na questão do carbono na questão da biomassa”.
A questão da biomassa, da quantidade de carbono que está fixado nas plantas, é outro ponto dos estudos. Os cientistas querem entender melhor as trocas de gases e energia entre a floresta e a atmosfera.
Qual é o estoque de carbono que existe ao todo na floresta? Nenhum cientista é capaz de dizer exatamente essa resposta. Mas, na floresta amazônica, há vários sensores espalhados em vários pontos. Eles ficam em torre para medir a troca de carbono que acontece entre a atmosfera e as árvores.
Os sensores são capazes de medir o quanto de carbono é capturado pela floresta e o quanto de oxigênio é liberado através da fotossíntese. Eles também medem o quanto de carbono é liberado e o quanto de oxigênio é consumido através da respiração das plantas. Em condições saudáveis, a floresta tira mais carbono do ar do que coloca e libera mais oxigênio do que consume.
A quantidade é pequena, se comparada com cerca de 2,3 bilhões de toneladas de carbono liberadas na atmosfera por causa do desmatamento. Por isso, é um engano chamar a Amazônia de pulmão do mundo. Mas mesmo assim a floresta precisa viver. Morta, ela iria jogar na atmosfera uma quantidade maior de gases do efeito estufa, através da decomposição das plantas, aumentando mais ainda o aquecimento global.
“Seria uma visão em pequena escala do que viria a acontecer se persistirem os desmatamentos desenfreados, as queimados em larga escala. A intensificação dos fenômenos do El Niño principalmente, ou seja, redução da chuva. Qualquer fenômeno que cause redução da chuva o cenário final seria de uma floresta morta” diz Lola. (Fonte: Globo Natureza)
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