Água sobe e água desce: o pulso de inundação na Amazônia

Imagine que você está numa floresta. Nesta floresta passa um rio. Ao seu redor há árvores com vários metros de altura. Ficando lá durante algum tempo, você ouve o canto das aves, vê macacos, insetos, e outros animais da floresta. Barcos passam de vez em quando pelo rio, e você ouve aquele barulho de motor ao fundo. O rio próximo tem vários metros de distância entre uma margem e outra, e você sabe que lá dentro há peixes, botos, e outros organismos menos conhecidos, como os macroinvertebrados . Seis meses depois, você volta exatamente para o mesmo lugar. Ao chegar lá, você tem uma grande surpresa. Não é mais possível caminhar por entre as árvores, pois o chão da floresta agora está debaixo da água. De dentro do barco onde você está, você vê que apenas as copas das árvores mais altas não estão submersas, criando uma paisagem onde árvores parecem surgir do meio da água. Peixes agora nadam entre as árvores. Fazer trilha agora, só é possível de barco. Interior de um igapó n...