1º DE MAIO – DIA DO TRABALHO
O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Em memória aos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.
No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em setembro de 1924 por um decreto do presidente Artur Bernardes.
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REFLEXÕES SOBRE O SOCIALISMO
Paul Singer
- A
utopia
O socialismo é uma utopia no sentido
estrito do termo: uma visão de sociedade que, atualmente, não existe ainda em
lugar algum. Mas, ele não é fruto da imaginação de alguém (como as ‘utopias’
clássicas), mas das lutas de movimentos sociais e partidos políticos, ao longo
dos últimos dois séculos, pelo menos. Neste sentido, trata-se duma utopia em
construção, um alvo unificador de inúmeras lutas que poderíamos chamar de
libertadoras ou emancipadoras.
O socialismo pode ser resumido como uma
sociedade em que reina plena igualdade e liberdade para todos seus membros. Uma
sociedade democrática, em que o sufrágio é universal, o governo é
representativo e os cidadãos tem os mesmos direitos e deveres e o mesmo acesso
aos meios de produção. Em termos políticos, algo como as democracias modernas,
em que a participação indireta e direta dos cidadãos nas decisões do poder está
em permanente construção. Em termos econômicos, uma sociedade em que os
produtores têm plena possibilidade de se associar de forma tão igualitária
quanto o desejarem.
O que os socialistas desejam obviamente
é uma sociedade em que não haja empregadores e empregados, em que os meios de
produção não sejam propriedade privada duma pequena minoria dos cidadãos,
enquanto a grande maioria está privada deles e por isso depende dos seus
detentores para sobreviver. Mas, as experiências do socialismo ‘real’ tentaram
impor uma única modalidade de relação social de produção - o emprego em
empreendimentos possuídos pelo estado – proibindo todas as demais. Desta
maneira, uma das liberdades fundamentais do homem, a da livre associação, fora
abolida em nome da necessidade de se impedir que alguns assalariem outros.
Esta é
uma questão crucial. O socialismo só será autenticamente democrático se for o
desejo de todos membros da sociedade. Ele não pode ser imposto pela força ou
por lei, mesmo se a maioria quiser que o socialismo prevaleça. Assim como, no
capitalismo, nada impede que cidadãos se unam para cooperar de forma
igualitária no campo econômico, é essencial que no socialismo esta liberdade
seja respeitada. Isso por muitas razões, sendo talvez a mais importante de que
a chamada livre associação dos produtores (um sinônimo de socialismo)
ainda está em experimentação, assumindo atualmente diversas formas. Impedir que
no socialismo este contínuo experimentar possa se praticar livremente seria o
equivalente a privar a organização das atividades econômicas de qualquer
progresso. Seria escolher uma única forma de economia solidária (o socialismo
no plano micro-social) enquanto as forças produtivas evoluem e por força de sua
mudança certamente requererão mudanças também no terreno das relações sociais
de produção.
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