MOBILIDADE E TRANSPORTE SUSTENTÁVEL

            Em 2011 Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara Federal aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei nº 1346/2011, , que cria o Estatuto dos Sistemas Cicloviários.Pela proposta, a União, os estados e os municípios serão obrigados a criar os sistemas cicloviários nacionais, estaduais e municipais.
            Além das faixas exclusivas, os sistemas cicloviários deverão conter locais específicos para estacionamento, chamados de bicicletários (locais para estacionamento de longa duração, públicos ou privados) e paraciclos (locais para estacionamento de curta e média duração em espaço público). A
inda de acordo com o texto do projeto, todos os terminais e estações do sistema de transporte coletivo, os edifícios públicos, as indústrias, as escolas, os centros de compras, os condomínios, os parques e outros locais de grande fluxo de pessoas deverão possuir locais para estacionamento de bicicletas.

            Hoje, a Região Metropolitana de Belém possui as ciclovias da orla de Mosqueiro e da Avenida Almirante Barroso (?) que somam os 7,5 km de extensão. A ilha de Mosqueiro, principal balneário de Belém, possui apenas 1,5 Km de ciclovias (espaços delimitados no trânsito para o uso de bicicletas ) e arremedos de ciclofaixas (faixas ocupadas por bicicletas ao longo da pista para os automóveis).
           Diante dessa temática de grande importância para o desenvolvimento local sustentável, donde a necessidade de instalação desse sistema é vital para a comunidade local e visitante da Ilha Amazônica de Mosqueiro, postamos as noticias que  seguem. Só para efeito de reflexão sobre a importância do sistema para o desenvolvimento turístico em 2011 o balneário de Camboriú (SC) implantou 25 Km de ciclovias no município!

TRANSPORTE SUSTENTÁVEL

         Sistema de ciclovias em Bogotá

               Pela primeira vez mais da metade da população mundial está concentrada nas zonas urbanas. A estimativa da Organização das Nações Unidas é de que nas próximas décadas o crescimento populacional do planeta se dará nas cidades, nas quais viverão sete em cada dez pessoas em 2050. Sustentabilidade ambiental e qualidade de vida vão depender cada vez mais de como as áreas urbanas são planejadas, construídas, desenvolvidas e gerenciadas e é preciso fazer agora a escolha entre um crescimento desordenado ou um espaço público formatado de forma planejada e capaz de absorver o novo contingente.
             As primeiras cidades surgiram há 5.500 anos, na Mesopotâmia e no Vale do rio Nilo, no Egito. Local de proteção, armazenagem de alimentos e comércio, as cidades permitiram ao homem ir além da luta pela sobrevivência. Hoje há 19 cidades com mais de 10 milhões de habitantes e em 20 anos serão 27, das quais 22 estarão localizadas nos países em desenvolvimento. Alta densidade populacional reduz custos de produção e compõe um enorme mercado consumidor de bom poder aquisitivo. Mas, o crescimento populacional desordenado destrói este mesmo desenvolvimento, pois à medida que cresce, a cidade vai se tornando incapaz de atender a demanda pelos serviços básicos. Aos poucos, o caos se instala e a segurança, saúde, educação e transporte tornam-se cada vez mais precários. Então, a cidade deixa de atrair investimentos.
            Neste século, as cidades competem numa economia cada vez mais global. Competem por investimentos e competem pelo que o professor Richard Florida, da Universidade George Manson em Virginia, chama de “classe criativa”. O núcleo dessa classe é formado por profissionais criativos em uma variada gama de atividades de conhecimento específico. A classe criativa quer viver em cidades que estão em harmonia com o meio ambiente, que tenham bons sistemas de transporte coletivo, que sejam visualmente interessantes e convidem a uma caminhada entre casas, escolas, bibliotecas, cinemas e restaurantes. Querem espaços públicos desenvolvidos e gerenciados para pedestres, onde seja possível interagir socialmente, com muitos parques e espaços para que trajetos curtos, de um quilômetro e meio, por exemplo, possam ser percorridos agradavelmente a pé.
             Em termos mensuráveis e práticos, áreas urbanas precisarão ser projetadas, re-projetadas e desenvolvidas para utilizar seus recursos de maneira muito mais eficiente. As cidades também terão que reduzir os gastos, cortar a poluição e diminuir suas pegadas ecológicas. O transporte sustentável se impõe prioritário nesse processo, é a chave para esse quebra-cabeça.
            Cidades de classe mundial como Nova Iorque, Paris e Londres já perceberam essa verdade. Cingapura, Seul, Oslo, São Francisco, Vancouver, Portland, Curitiba, Bogotá e uma série de outras importantes cidades no mundo inteiro também já sabem disso, mas, infelizmente, a maioria das cidades do planeta ainda precisa responder ao grande desafio de criar um futuro sustentável, de engajar os cidadãos em torno desta visão e adotar políticas consistentes para chegar lá.


                                                  Ciclovia na orla praiana de Mosqueiro

BICICLETA É TRANSPORTE DE MASSA, DEFENDE COLOMBIANO


                 Rio - A bicicleta é uma solução para problemas de mobilidade urbana das grandes cidades brasileiras. Para o ex-prefeito de Bogotá (COL), Enrique Peñalosa - responsável pela transformação da capital colombiana na primeira cidade da América Latina a usar a bicicleta como meio de transporte de massa -, a mudança deve ser radical: transformar todos os espaços para estacionamento de carros em vias exclusivas para ciclistas.
                Segundo ele, nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, mais da metade da população vive a menos de cinco quilômetros dos seus locais de trabalho. "A questão é meramente política. Se você prover infraestrutura, as pessoas vão responder, vão passar a usar mais as bicicletas", disse, durante o Fórum Megacidades, promovido durante a Rio+20, no Parque dos Atletas, pelo governo do Rio e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
              "Primeiro, deve-se restringir o uso de carros, vagas de estacionamento, e depois melhorar a estrutura para as bicicletas", afirmou. O ex-prefeito de Bogotá citou como bons exemplos Holanda e Dinamarca, mas, na opinião dele, não há cidade no mundo em que já exista um sistema de transporte de massa de alta qualidade por meio das bicicletas.

Por Tiago Rogero
veja.abril.com.br/.../bicicleta-e-transporte-de-massa-defende-colombi



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