HABITAÇÃO: EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E QUALIDADE DE VIDA EM MOSQUEIRO

                                          Protótipo da casa eficiênte (UFSC)

              Para o Ministério do Meio Ambiente (MMA), “(...)  eficiência energética consiste da relação entre a quantidade de energia empregada em uma atividade e aquela disponibilizada para sua realização. A promoção da eficiência energética abrange a otimização das transformações, do transporte e do uso dos recursos energéticos, desde suas fontes primárias até seu aproveitamento. Adotam-se, como pressupostos básicos, a manutenção das condições de conforto, de segurança e de produtividade dos usuários, contribuindo, adicionalmente, para a melhoria da qualidade dos serviços de energia e para a mitigação dos impactos ambientais.”
             Estudo realizado no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina,  sobre eficiência energética  e arquitetura mostra a importância da eficiência energética na qualidade de vida, a partir das edificações utilizadas pelo homem.                                          
             “Hoje em dia, a arquitetura também deve ser vista como um elemento que precisa ter eficiência energética. A eficiência energética pode ser entendida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. Portanto, um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. Desta forma, o triângulo conceitual clássico de Vitrúvio pode ser acrescido de um vértice ( o da eficiência energética), transformando-se no conceito ideal a arquitetura contemporânea.”
             Dentro do  panorama atual do uso de energia elétrica no Brasil,  tem-se a dimensão do problema:  
               “Da energia elétrica consumida no Brasil, 42% é utilizada por edificações residenciais, comerciais e públicas. No setor residencial, o consumo de energia chega a 23% do total  nacional, sendo que nos setores comercial e público chega a 11% e 8% respectivamente.
              Se os arquitetos e engenheiros tivessem mais conhecimento sobre a eficiência  energética na arquitetura, ao nível do projeto ou da especificação de materiais e equipamentos, estes valores poderiam ser reduzidos. Além de evitar a necessidade de maior produção de eletricidade no país, isto retornaria em benefícios dos usuários como economia nos custos da obra e no consumo de energia”.
              O estudo mostra os condicionamentos naturais das edificações:
1. RADIAÇÃO SOLAR
A radiação solar é fonte de calor e de luz. Portanto, é necessário contemplar de forma conjunta os fenômenos térmico e visuais de uma edificação A radiação solar é um dos fatores que mais influencia o ganho térmico nas edificações e é função da intensidade da radiação solar incidente e das características térmicas dos materiais da edificação .
2. VENTILAÇÃO NATURAL
A ventilação dos locais habitados é necessária para a manutenção das condições de higiene, para proporcionar conforto térmico nos meses de verão e para resfriar os espaços internos do edifício, por meio das trocas térmicas entre o ar e as paredes.
3. USO DE VEGETAÇÃO
               A vegetação contribui para a melhora do ambiente físico. As árvores, por exemplo, podem reduzir os ruídos, atuar como um filtro de ar captando a poeira, atuar como elementos de proteção solar e ainda como elementos de proteção visual. Na escolha das espécies é necessário considerar a forma e as suas características durante o ano, tanto no período de verão quanto de inverno.
                Dentro do ambiente de pesquisa e ensino do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, criou-se a Casa Eficiente.

A CASA EFICIENTE: Uma proposta inovadora e necessária
                A casa eficiente funciona como centro de pesquisas em Florianópolis.
                A Casa Eficiente é uma proposta inovadora que funciona como ambiente para a demonstração e para o desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa no âmbito da construção civil.
               O objetivo da Casa Eficiente é disseminar os conceitos de eficiência energética, adequando climaticamente e utilizando a água de forma racional. O projeto arquitetônico foi desenvolvido para as condições climáticas da região litorânea de Santa Catarina.

Principais condicionantes de projeto arquitetônico: 
  Melhor aproveitamento das condições climáticas locais (radiação solar, temperatura e umidade relativa do ar e ventos predominantes) para definição das soluções de projeto.
   Emprego de sistemas alternativos de resfriamento e aquecimento ambiental.
   Prioridade no uso de materiais locais (renováveis ou de menor impacto ambiental).
  Aproveitamento da vegetação para criação de um microclima local agradável.
 Uso racional de água.
 Uso de equipamentos que promovem um baixo consumo de água (ou equipamentos economizadores de água), aproveitamento de água pluvial, tratamento de efluentes por zona de raízes e aproveitamento dos efluentes de águas cinza (de banho, tanque, máquina de lavar roupa e lavatório) após tratamento biológico.
 Integração do partido arquitetônico com sistemas complementares, tais como aquecimento solar e geração de energia fotovoltaica. 
  
Mosqueiro e as edificações eficientes
                Dentre os diversos exemplos de edificações eficientes a obra apresenta uma localizada na Ilha de Mosqueiro, Belém do Pará.
                Mosqueiro tem como característica seu casarões e chalés  de praia, obras centenários do tempo da Belle Époc, porém muitas edificações encontradas na ilha voltam-se para a linha de harmonizar arquitetura e meio ambiente. 


                A casa Jacity é uma casa bastante simples, que mergulha fundo na questão da habitalidade, é coerente com o lugar, reflete seu clima e manifesta sua cultura. Todo e qualquer detalhe foi feito em função desses elementos: sol, vento e chuva. 

Cobertura: A cobertura é feita com telhas de barro, apoiada sobre madeira aparente. Em alguns pontos, como na fachada principal, usou-se telhado escalonado para proteger a casa da chuva e do vento. Beirais largos circundam a construção fornecendo avarandados. 
Vedações: As paredes, de alvenaria, são porosas feitas de filigrana de barro, para filtrar o vento. O sol somente aquece as paredes no início da manhã e final da tarde. O vento sempre bem-vindo leva suas cordialidades climáticas aos vários cantos da casa através de seus caminhos preferidos e estudados.
Aberturas: Na parte inferior das janelas usou-se elementos vazados, que servem para ventilação permanente dos aposentos.  

                 Para Gabriela Sfoggia “ O arquiteto João Castro Filho, procurou, nesta casa, não descaracterizar o local, mas potencializar suas características. Ele utilizou os recursos da própria natureza, para que a habitação e seus moradores pudessem conviver equilibradamente com ela. Sua contribuição principal é apontar para uma experiência possível e multiplicável do que seria uma referência de habitação para o homem e o meio da Amazônia. 


Fonte:


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