Bambu nativo da Amazônia é alternativa sustentável à madeira




Bambu nativo da Amazônia é alternativa sustentável à madeira, segundo 
pesquisadores da UFAC e FUNTAC. (Cortesia de Daniel Nascimento Lima)

Pesquisadores da Fundação de Tecnologia do estado do Acre (FUNTAC) e alunos da Universidade Federal do Acre (UFAC) encontraram propriedades equivalentes à madeira em espécie de bambu nativo na Amazônia. A descoberta pode reduzir a pressão em espécies florestais tradicionalmente exploradas pelo mercado.
Dada a importância da madeira como matéria-prima, os pesquisadores buscaram encontrar uma alternativa florestal original da Amazônia, com crescimento mais rápido e maior abundância do que as árvores.
O Brasil, junto com a Bolívia e Peru, possuem a maior área de bambu nativo da Amazônia do mundo. São 600 mil hectares de ‘tabocais’, segundo o estudo.
“[O bambu] é hoje um dos recursos naturais mais valiosos no mercado internacional, principalmente na Ásia e Europa, sendo empregado em diversas áreas como a construção civil, artesanato, energia, embalagens, [produtos] farmacêuticos, fitoterápicos, alimentos, álcool e derivados, entre outros”, afirma a engenheira florestal, Chefe da Divisão de Tecnologia da Madeira da FUNTAC e coautora da pesquisa, Suelem Marina de Araújo Pontes ao Epoch Times.
Além da sua importância como material, o bambu possui hábito de rápido crescimento, segundo o graduando de engenharia florestal da UFAC, estagiário da FUNTAC e primeiro autor do estudo, Daniel Nascimento Lima. “O bambu possui características que o qualificam como pronto para uso a partir de três anos de idade”, disse o pesquisador ao Epoch Times.


Medição dos colmos de bambu para realizar o estudo. 
(Cortesia de Daniel Nascimento Lima)
Para verificar se o bambu possuía características semelhantes à madeira em termos de estabilidade dimensional, os pesquisadores analisaram duas espécies ocorrentes na Amazônia Ocidental, uma espécie do gênero Guadua, nativo da região, e a outra do gênero Bambusa, uma espécie de bambu não nativo do Brasil.
Ambos os bambus estudados apresentaram características de ser um material leve e de alta estabilidade dimensional. Os pesquisadores apontaram que, com estas características, as duas espécies de bambu podem ser usadas na fabricação de forros e divisórias.
Destaca-se que o bambu nativo, em relação à madeira, foi classificado como de excelente qualidade, devido ao coeficiente de anisotropia encontrado pelos pesquisadores. O coeficiente permite saber se o material tem propriedades físicas e mecânicas idênticas em todas as direções.

Pesquisador coletando os bambus na floresta Amazônica para realizar o estudo. (Cortesia de Daniel Nascimento Lima)
A pesquisa foi realizada no Laboratório de Tecnologia da Madeira da FUNTAC, que desenvolve diversos estudos tecnológicos de produtos florestais madeireiros e altenativos como é caso do bambu nativo. A Fundação ainda conta com parcerias com diversas instituições, entre elas, a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). O laboratório também firma acordos de cooperação técnica com Centro de Pesquisas Aplicadas do Bambu da Universidade de Brasília e faz parte da Rede Brasileira do Bambu.
O estudo inédito foi apresentado no Congresso Florestal Paranaense, em Curitiba, que ocorreu nos dias 10 a 14 de setembro.
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