Livro esclarece avaliação de estoques da piramutaba na Amazônia
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A piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii), espécie de
peixe da bacia Amazônica, que se reúne em imensos cardumes, é uma das mais
importantes para a pesca industrial e artesanal brasileira. Em 2011, por
exemplo, foi a segunda espécie mais capturada da pesca continental do País,
sendo responsável por uma produção de 24.789,3 t, ou seja, aproximadamente 10%
do total capturado.
Atualmente cerca de 1800 pessoas participam da cadeia produtiva da piramutaba, entre elas 300 pescadores que atuam diretamente na frota de arrasto de fundo direcionada à espécie. Nas embarcações, além do patrão de pesca, empregos são gerados para piloteiros, contramestres ou guincheiros-geladores e cozinheiros.
Por tudo isso, conhecer os hábitos e as variáveis que influenciam o comportamento dessa espécie de água doce, que atinge cerca de um metro de comprimento e aproximadamente 10 quilos de peso, é fundamental para que políticas públicas de planejamento e ordenamento permitam a sua captura de forma sustentável.
Agora um livro, ou melhor, um estudo aprofundado sobre a piramutaba, está sendo colocado à disposição de governo, academia e profissionais da pesca, entre outros interessados. Intitulado “Variáveis ambientais na avaliação de estoque da Piramutaba”, possui autoria dos engenheiros de pesca Akeme Milena Ferreira Matsunaga e Ivan Furtado Júnior, ambos atuantes na Coordenação Geral do setor de Planejamento e Ordenamento da Pesca Industrial Continental e Costeira (CGPC) do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
“O livro aborda a Influência da vazão e da precipitação na avaliação de estoque
da piramutaba no norte do Brasil”, explica Ivan Furtado. Segundo ele, a espécie
tem um comportamento migratório e é influenciada pelas oscilações do nível das
águas, pela vazão do rio Amazonas, e ainda pelo encontro das águas do estuário
com as águas do Atlântico. “Assim, a sazonalidade apresenta-se como fator
determinante na produção pesqueira da região”, esclarece. Atualmente cerca de 1800 pessoas participam da cadeia produtiva da piramutaba, entre elas 300 pescadores que atuam diretamente na frota de arrasto de fundo direcionada à espécie. Nas embarcações, além do patrão de pesca, empregos são gerados para piloteiros, contramestres ou guincheiros-geladores e cozinheiros.
Por tudo isso, conhecer os hábitos e as variáveis que influenciam o comportamento dessa espécie de água doce, que atinge cerca de um metro de comprimento e aproximadamente 10 quilos de peso, é fundamental para que políticas públicas de planejamento e ordenamento permitam a sua captura de forma sustentável.
Agora um livro, ou melhor, um estudo aprofundado sobre a piramutaba, está sendo colocado à disposição de governo, academia e profissionais da pesca, entre outros interessados. Intitulado “Variáveis ambientais na avaliação de estoque da Piramutaba”, possui autoria dos engenheiros de pesca Akeme Milena Ferreira Matsunaga e Ivan Furtado Júnior, ambos atuantes na Coordenação Geral do setor de Planejamento e Ordenamento da Pesca Industrial Continental e Costeira (CGPC) do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
Os autores possuem sólidas raízes acadêmicas. Akeme Matsunaga é mestre em Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém (PA), e Ivan Furtado tem mestrado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza (CE), sendo ainda professor do curso de Engenharia de Pesca na UFRA.
Ambiente aquático
Peixe de couro, a piramutaba é o principal alvo da pesca industrial nos rios Amazonas e Tocantins, que deságuam no Atlântico, entre os estados do Pará e Amapá, na região Norte. Essa área, o “Estuário Amazônico”, forma um ambiente aquático complexo e rico em termos biológicos.
A enorme influência do rio Amazonas é primordial para a produtividade pesqueira, uma vez que drena toda a região, arrastando muito nutriente mar adentro. Esse contexto garante a ocorrência de grandes cardumes de peixes e uma ampla diversidade de espécies. Tanto que a região possui uma posição singular em escala mundial, detendo aproximadamente 25% das espécies ícticas do planeta, um percentual superior às espécies existentes em todo o oceano Atlântico.
A reprodução da piramutaba se dá no início da enchente, ao que tudo indica no Alto Solimões, com os alevinos (filhotes) crescendo no estuário nas proximidades da Baia de Marajó. A espécie é a única, em seu gênero, a formar grandes cardumes, podendo ser capturada aos milhares ao longo da calha dos rios Solimões e Amazonas, na época de safra, o período chuvoso.
No livro, os autores consideraram a relação entre precipitação e vazão dos rios que deságuam na costa norte. “Com o auxílio de um software relacionamos as variáveis ambientais para elaborar um modelo de excedente de produção, considerando a abundância relativa do estoque (CPUE) da espécie”, diz Ivan Furtado. O estudo aproveitou as informações sobre as médias mensais desembarcadas, em quilos, e sobre esforço de pesca, em dias no mar. Os dados foram obtidos nos arquivos de controle mensal de desembarque da pesca industrial para o período de 1995 a 2007, disponibilizadas pelo projeto Estatpesca - IBAMA/CEPNOR e UFRA. Também foram utilizados os dados sobre vazões e precipitações disponíveis no portal da Agência Nacional de Águas (ANA). Nesse caso, os autores consideraram a somatória das médias diárias de vazão a cada ano do estudo em m³/s e as médias totais de precipitação em milímetros.
Com os conhecimentos gerados pelo estudo de Akeme Matsunaga e Ivan Furtado, agora o Governo Federal poderá elaborar estratégias mais assertivas para a pesca da piramutaba. Uma espécie de bom valor nutricional, apreciada na culinária brasileira e de outros países.
Fonte:
SEPAq-PA
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