A Amazônia do século 21
É preciso repensar por completo o
modelo de desenvolvimento para a região, aliando preservação da natureza e
progresso econômico e social para as populações locais. Isso vai exigir
política - e muito investimento.
Adalberto Veríssimo - Guia Exame de Sustentabilidade 2010
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A ocupação a Amazônia legal, uma área de 5 milhões de
quilômetros quadrados, tem sido marcada pelo desmatamento, pela degradação dos
recursos naturais e por conflitos sociais. Em pouco mais de três décadas de
ocupação, o desmatamento atingiu cerca de 18% do território. Extensas áreas de
florestas sofreram degradação pela atividade madeireira predatória e por
incêndios florestais. Como qualquer ecossistema, a Amazônia tem um ponto
limite, além do qual não será mais possível recuperá-la.
A Amazônia abriga imensos recursos naturais, contém o maior e mais diverso estuário do mundo, é rica em recursos pesqueiros, possui solos cobertos por uma exuberante floresta rica em biodiversidade e dotada de uma expressiva biomassa florestal e um grande estoque de madeiras de valor comercial, além de dezenas de espécies de não madeireiras. A vasta rede hidrográfica abriga um potencial hidrelétrico estimado em mais de 70 gigawatts (45% do potencial nacional). Além disso, a região possui uma das mais ricas e diversas jazidas minerais do planeta, com destaque para ferro, bauxita, níquel, cobre, manganês e ouro.
A Amazônia abriga imensos recursos naturais, contém o maior e mais diverso estuário do mundo, é rica em recursos pesqueiros, possui solos cobertos por uma exuberante floresta rica em biodiversidade e dotada de uma expressiva biomassa florestal e um grande estoque de madeiras de valor comercial, além de dezenas de espécies de não madeireiras. A vasta rede hidrográfica abriga um potencial hidrelétrico estimado em mais de 70 gigawatts (45% do potencial nacional). Além disso, a região possui uma das mais ricas e diversas jazidas minerais do planeta, com destaque para ferro, bauxita, níquel, cobre, manganês e ouro.

Criar um novo modelo de desenvolvimento econômico para a Amazônia
deve ser uma das prioridades do novo governo. Para ilustrar o fracasso e o
esgotamento do padrão atual basta avaliar o desempenho da economia e os
impactos ambientais associados. A economia da Amazônia Legal representa apenas
8% do PIB nacional, mas contribui com mais de 50% das emissões de gases de
efeito estufa por causa do desmatamento. É um número incompatível com a busca
mundial por uma economia de baixo carbono. O esforço deve começar, portanto,
com uma redução ainda maior da derrubada das árvores.
É preciso também conciliar crescimento econômico, qualidade
de vida e conservação dos recursos naturais. Embora seja um desafio enorme a
adoção de um modelo com esse perfil, há dois fatores que oferecem grande oportunidade
para que isso possa ocorrer ao longo da próxima década. O primeiro fator é a
importância estratégica dos recursos naturais da região na regulação do clima e
na diversidade biológica. Segundo, a região tem riquezas superlativas, dos
produtos da floresta e da biodiversidade passando pelo vasto potencial
hidrelétrico de seus rios e os ricos depósitos minerais. As atividades
primárias, com baixo valor agregado, devem ser substituídas por uma economia na
qual os produtos e os serviços da floresta sejam valorizados, e a renda dessas
atividades contribua para a melhoria da qualidade de vida da população.
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*Adalberto Veríssimo é engenheiro agrônomo e pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)
Adalberto Veríssimo - Guia Exame de Sustentabilidade 2010
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