A importância da Amazônia no ciclo das águas
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Foto do
rio Pastaza, um rio da amazônia peruana. Foto:
Reprodução/Shutterstock
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A Amazônia tem papel fundamental no ciclo da água e na formação de nuvens modificando o clima a nível global
Na escola as pessoas aprendem sobre o ciclo da água.
Este ciclo infinito onde a água evapora, se condensa na forma de nuvens,
desce no continente em forma de chuva e retorna aos mares e rios para
manter esse ciclo contínuo. Entretanto pesquisadores têm apresentado cada vez
mais evidências de que a transpiração da floresta, em especial da
Amazônia, tem um grande impacto nesse ciclo e em todo o ecossistema do
planeta.
Publicado em 2014, o cientista Antonio Nobre, fez um relatório chamado “O
Futuro Climático da Amazônia”. O relatório mostra como a floresta amazônica
influencia a temperatura e o clima do planeta, e como sua transpiração tem
especial importância nessas mudanças globais.
De acordo com o relatório boa parte da água que formam as nuvens vem da
captação realizada pelas raízes das plantas. Essas raízes sugam a água, que
atravessa o caule até as folhas mais alta, onde acontece a fotossíntese e
a transpiração das árvores. Uma árvore grande pode bombear do solo e transpirar
mais de mil litros de água num único dia.
Segundo o artigo de António Nobre, “Assim, as árvores funcionam como estações
elevatórias, alçando e lançando as águas nas altitudes da atmosfera, águas que
mais adiante retornarão ao solo como chuva, transferindo parte da energia solar
embutida no vapor à energia potencial da água que enche os reservatórios das
hidrelétricas”.
Outro artigo publicado na revista científica Nature, publicado em 2013, chamado
“Fluxos terrestres de água dominados pela transpiração”, demonstram que 90% de
toda a água que chega à atmosfera oriunda dos continentes chegou lá através da
transpiração das plantas, e somente pouco mais de 10% como simples evaporação
sem mediação das plantas. A Amazônia sustenta centenas de bilhões de árvores em
suas florestas. Desta maneira, mais de 20 bilhões de toneladas de água por dia
são transpiradas por todas as árvores na bacia amazônica.
Durante milhões de anos, e inúmeros evento catastróficos que aconteceram no
planeta terra, a floresta Amazônica ainda se mantém em pé. Os
cientistas acreditam que a própria natureza consegue modificar o clima e
torná-lo menos desconfortável, mesmo em face de mudanças climáticas extremas.
O artigo afirma que a transpiração da floresta regula a quantidade de chuvas no
planeta. Essa regulação realizada pelas plantas define o ritmo dos ventos
alísios do oceano Atlântico, arrastando em casos de extrema seca a necessária
umidade para o aumento de chuvas no interior do continente.
Criação das chuvas
Diferente do que a maioria das pessoas acredita, a umidade por si só não forma
as nuvens. É necessário minúsculas partículas de poeira que formariam uma
espécie de semente para as nuvens de chuvas. Um grupo liderado pelo cientista
Meinrat Andreae, do Instituto Max Planck, que estuda a química dos gases na
atmosfera, investigou os chamados de compostos orgânicos voláteis biogênicos
(BOVC), que são uma espécie de aroma exalado pelas plantas.
Meinrat descobriu que os BVOCs, quando entram em contato com numa atmosfera úmida
e na presença da radiação solar formam uma poeira fina com extrema afinidade a
água. Essa poeira seria as sementes que a própria floresta forma para a
produção de chuva.
As regiões centro-oeste, sudeste e sul do Brasil estão no que os cientistas
chamam de quadrilátero afortunado, ao redor dos trópicos de Câncer e
Capricórnio, onde grandes desertos como o Saara e o deserto da Austrália estão
situados.
Segundo os pesquisadores, mesmo o Brasil estando sobre essa área de incidência
do quadrilátero, as chuvas produzidas na Amazônia transformaram o que seria uma
grandes áreas áridas em planícies, pântanos, pampas férteis e verdes. Desta
maneira, todo o Brasil e a América do Sul sofre enorme impacto positivo pela
água produzida pela transpiração das plantas amazônicas.
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Publicado em 2014, o cientista Antonio Nobre, fez um relatório chamado “O Futuro Climático da Amazônia”. O relatório mostra como a floresta amazônica influencia a temperatura e o clima do planeta, e como sua transpiração tem especial importância nessas mudanças globais.
De acordo com o relatório boa parte da água que formam as nuvens vem da captação realizada pelas raízes das plantas. Essas raízes sugam a água, que atravessa o caule até as folhas mais alta, onde acontece a fotossíntese e a transpiração das árvores. Uma árvore grande pode bombear do solo e transpirar mais de mil litros de água num único dia.
Segundo o artigo de António Nobre, “Assim, as árvores funcionam como estações elevatórias, alçando e lançando as águas nas altitudes da atmosfera, águas que mais adiante retornarão ao solo como chuva, transferindo parte da energia solar embutida no vapor à energia potencial da água que enche os reservatórios das hidrelétricas”.
Outro artigo publicado na revista científica Nature, publicado em 2013, chamado “Fluxos terrestres de água dominados pela transpiração”, demonstram que 90% de toda a água que chega à atmosfera oriunda dos continentes chegou lá através da transpiração das plantas, e somente pouco mais de 10% como simples evaporação sem mediação das plantas. A Amazônia sustenta centenas de bilhões de árvores em suas florestas. Desta maneira, mais de 20 bilhões de toneladas de água por dia são transpiradas por todas as árvores na bacia amazônica.
Durante milhões de anos, e inúmeros evento catastróficos que aconteceram no planeta terra, a floresta Amazônica ainda se mantém em pé. Os cientistas acreditam que a própria natureza consegue modificar o clima e torná-lo menos desconfortável, mesmo em face de mudanças climáticas extremas.
O artigo afirma que a transpiração da floresta regula a quantidade de chuvas no planeta. Essa regulação realizada pelas plantas define o ritmo dos ventos alísios do oceano Atlântico, arrastando em casos de extrema seca a necessária umidade para o aumento de chuvas no interior do continente.
Criação das chuvas
Diferente do que a maioria das pessoas acredita, a umidade por si só não forma as nuvens. É necessário minúsculas partículas de poeira que formariam uma espécie de semente para as nuvens de chuvas. Um grupo liderado pelo cientista Meinrat Andreae, do Instituto Max Planck, que estuda a química dos gases na atmosfera, investigou os chamados de compostos orgânicos voláteis biogênicos (BOVC), que são uma espécie de aroma exalado pelas plantas.
Meinrat descobriu que os BVOCs, quando entram em contato com numa atmosfera úmida e na presença da radiação solar formam uma poeira fina com extrema afinidade a água. Essa poeira seria as sementes que a própria floresta forma para a produção de chuva.
Isaac Guerreiro